segunda-feira, 2 de abril de 2012


O entardecer chegara mais depressa do que o normal. O vento está gritando enfurecidamente. Minhas persianas se debatem entre si. Estou sentada, com minhas pernas cruzadas, de frente para a janela e posso ver as pessoas correndo para suas casas com medo de que um temporal caia sob a cidade. Meu corpo está todo arrepiado devido ao frio. Frio.. algo que eu gostava de sentir. Não fui feita para o calor. Sol ardente, sentimento ardente. Não entendo muito bem disso […] Com o tempo fui percebendo tudo se congelando. Pessoas. Sentimentos. Eu. Coração. Já faz muito tempo que as pessoas pararam de sentir aquele fogo ardente, aquela paixão incontrolável. Faz tempo que deixaram de amar. Hoje o amor se tornou tão clichê - igual aquela frase quando alguém está fazendo aniversário: “Meus parabéns, tudo de bom na sua vida, que Deus te abençoe” - hoje você diz que ama todo mundo e todo mundo diz que te ama. Percebe a diferença entre dizer amar e amar? Esse diz-me-diz transformou o amor num sentimento tão falso, igual uma bijuteria barata. E depois me dizem que eu deveria sentir mais, que eu deveria amar mais. Digas-me vento, você que sussurra o sofrimento de todos aqueles que desabafam contigo… Vale a pena amar? 

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