segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Um clichê de vez em quando às vezes faz bem...


Há tempos as palavras tem se embaralhado em minha cabeça, muitas que não condizia com aquilo que esta em minha mente, mas a maioria semelhante com o que o coração diz. Talvez este seja o maior erro de muitas pessoas, escrever aquilo que está guardado bem no fundo do peito. Não sei ao certo explicar o porquê, mas tudo que sai desse órgão tão submisso parece ser um tanto quanto clichê, tão fora do comum pelo simples fato de ser comum de mais. Nada faz muito sentido se todo o mundo tiver ‘sentido’ demais essas palavras. Nada se parece tão único se a diferença fizer parte do ‘fora de comum’ de todos nós. Na verdade, este é o erro, tentar ser diferente e cair na mesmice de ser apenas mais um.

Tentem seguir a minha linha de raciocínio, parem de escrever sobre sentimentos controvérsias e palavras bonitas daquilo que não se deve ser bonito, apenas real. Sente em sua mesa, pegue um papel e uma caneta e escreva! Escreva tudo aquilo que sente tudo aquilo que gostaria de dizer, de sentir, tudo aquilo que muitas vezes considerou “balela demais”. Agora leia! Provavelmente seu texto está parecido com o meu, sem começo, meio e fim. Apenas um amontoado de palavras que forma um amontoado de frases sem nexo algum. Então este deve ser o erro, achar que o clichê não faz diferença alguma quando, na verdade, é ele que diferencia tudo.

Oras, afinal, por que preciso ser tão diferente naquilo que faço? Por que preciso transformar este sentimento em algo tão único? Por que, cargas d´água, você se apaixona? Talvez seja pelo sorriso, ou de como aquela pessoa te trata. Mas, todos ao meu redor me tratam bem e, por uma sorte da vida, a maioria possui sorrisos maravilhosos, e nem por isso sou apaixonada por eles. Este é o erro de todo
esseclichêbalelademaissemnexoalgumcheiodepalavrasjogadasemfrasesdesconexas.

A grande diferença, a meu ver, é não fazer diferença nenhuma. A paixão não é algo único. Aquilo que antes era tão clichê torna-se parte do seu dia a dia e do seu pensamento. O erro é você amar sem ser amado e mesmo assim amar. Amar com intensidade e paixão. Amar sem medo algum. Mas mesmo assim temer. Sentir. Sofrer. Chorar.  O erro não está nas palavras e sim em você, em mim… O erro é tentar entender, é tentar explicar algo que não faz sentido algum.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

S.



Deves estar se perguntando: “Por que agora?” Sim, meu bem, ótima pergunta pois nem mesmo eu sei lhe dizer o motivo de estar lhe escrevendo esta carta hoje. Talvez seja saudades, mas não tem um dia que passe que eu não sinta sua falta, então, obrigatoriamente, eu lhe escreveria todos os dias.. Mas umas das explicações plausíveis seria a culpa. Mas admitir isso seria o mesmo que admitir que eu fui a culpada pelo o nosso distanciamento. Mas não. Não posso conviver comigo mesma ao saber que fui eu que deixei com que você se afastasse de mim.

Já lhe escrevi tantas outras cartas, mas o tempo foi passando, os acontecimentos foram outros e os sentimentos expostos naquele pedacinho de papel já não tinham mais significado. Nunca tive a oportunidade de lhe agradecer pelo o que me enviaste e este é um assunto que sempre consta em minhas palavras desarrumadas e, pelo visto, nunca poderei de fato lhe agradecer. Algo tão pequeno, mas tão significativo... Este és tu! Uma parte pequena em minha vida mas que ao sair deixaste um buraco negro que suga-me dia após dia.

Quão sentes minha falta? Muita? Pouca? Me pergunto isto todos os dias... Será que sou apenas eu que sinto este vazio no peito? Será que apenas eu cumpri com aquelas promessas que fizemos no passado? Estas questões me agonizam todos os dias antes de dormir, porque é como se eu não existisse mais em sua vida. É como se só eu, tolinha, fizesse de ti um santo e um amigo pra vida toda. É como se só eu sofresse com a sua ausência. Sendo assim meu bem, não respondas a esta minha pergunta. Prefiro afogar-me em desespero com estas questões do que acostumar-me com a triste verdade.

Hoje digo-lhe com toda a certeza de minha alma, que fostes a melhor coisa que acontecerá em minha vida. Ê palavrinhas clichês estas... Gostaria de dizer-lhe que o que sinto por dia esta longe de ser considerado clichê, mas quando se amas tanto alguém só me vem esta denominação. Aliás, há tempos não sinto por alguém aquilo que me fizeste sentir há três anos atrás, então não sei como posso denominar-me. Antigamente riríamos destas minhas palavras; “ora, deixe de ser tão melosa” diría-me e então um sorriso se brotava em meu rosto e eu tinha a certeza de que o que sentíamos um pelo o outro não precisava ser descrito.

Hoje, novamente, digo-lhe de peito cheio que deixaste um buraco em minha vida. Mas, ao mesmo tempo, me fizeste um alguém cheio de vida...!

Com amor,
S.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

"Adeus ano velho, feliz Ano Novo..."



Quando se é uma pessoa revoltada, mudar de cidade, país ou até mesmo “um ano novo” não consegue fazer com que você mude seus hábitos. E porque deverias? Ora.. Um ano novo é apenas um número substituído por outro na data. Se queres mudar algo, mude por você e não pelo o ano. Vejo as pessoas desejando sempre as mesmas coisas na virada do ano, “mais amor, mais saúde, mais paz, mais felicidade...” se fosse mesmo para desejar algo eu desejaria mais dinheiro, mesmo sabendo que isso não aconteceria, ou quem sabe, talvez eu me renda ao amor. Um amor arrebatador  de tremer as pernas e de fazer perder o sono. Não me leve a mal, cada um tem o direito de desejar aquilo que ele mais precisa, só não entendo porque precisa esperar que o ano mude para desejar algo que já desejou no ano passado, ou retrasado e assim sucessivamente...

A grande verdade é que temos medo de mudar e de correr atrás daquilo que nos faz bem, por isso, na maioria das vezes, ficamos sentados vendo o que acontece com a nossa vida. E isso acontece todos os dias, todos os meses e todos os anos, porque a única coisa que fazemos é desejar. “Eu desejo que 2013 me traga aquilo que 2012 me tirou...”. 2013 não irá te trazer nada, quem irá trazer algo pra você é apenas você mesmo. Não sei vocês, mas história repetitiva cansa! Eu realmente espero que este ano eu seja diferente. O ano continua o mesmo, o que você fez ano passado, irá se repetir esse ano, porque ninguém se livra da rotina que nos é imposta.

No final das contas, você deseja apenas aquilo que todo mundo deseja e que desejaram e que irão desejar num futuro próximo. Mas não deseja aquilo que realmente possa fazer com que algo mude em sua vida, não porque sejamos pessoas fúteis, mas porque temos medo de mudar aquilo que estamos acostumados a viver. Então, pra 2013 eu desejo um grande tapa na cara e uma baita rasteira da vida pra quem sabe, talvez, eu mude meus hábitos e crie vergonha na cara de correr atrás da vida que eu quero pra mim. Mas talvez nem isso seja o suficiente...

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Uma carta um tanto quanto errada...


Uma hora ou outra eu teria que escrever-te esta carta. Talvez eu não tenha escolhido a melhor época para isso, deveria ter-lhe escrito há alguns meses atrás. Na época do seu aniversário, quando eu comprei-lhe um presente. Por outro lado, pensei em desistir de escrever-te, apenas mandar-lhe teu presente com algum cartão de felicitações… Felicitações pelo o quê? Tampouco sei, mas este era o meu plano. Há alguns dias atrás desisti até mesmo de mandar-lhe o presente, mas como eu já havia comentado sobre, achei que te devia essa. Como já deve ter percebido, acabei resolvendo escrever está carta. Nada muito extenso, tampouco intenso. É como se fosse uma obrigação minha. Não penses que estou sendo chata ou fria demais, só não estou nos melhores dias, ou nós não estamos. Como disse “não escolhi a melhor época para isso”.

Não estou escrevendo-te esta carta apenas por uma obrigação que eu tenha contigo. Escrevo por mim também, quero que saibas que continuo aqui, n’um cantinho qualquer, pensando em você, em nossas conversas, de como meu riso era tão sincero quando estava conversando contigo… Sinto sua falta. Todos os dias, todos as horas, todos os minutos, todos os segundos. Talvez eu esteja sendo dramática demais, melosa demais, ou, quem sabe, irritante demais. Mas é que… Talvez você não tenha noção disso, ou tenha e simplesmente resolveu desaparecer do nada, mas é como se eu precisasse de você vinte e quatro horas por dia. Tudo bem, pode começar a dar risada da minha cara agora, mas eu falo sério e você já deveria saber disso. A prova disso é esta carta. Acredite meu caro, se você não fosse tão importante para mim eu não estaria aqui, gastando a tinta de minha caneta e ferindo o meu orgulho, ou tentando me reaproximar de você quando parece que você só esta se afastando cada vez mais. Sempre estivemos distantes, eu sei bem disso, mas de alguma forma eu te sentia aqui e agora não sinto mais. Não sabes a dor que eu sinto por isso… Outra vez estou sendo dramática demais, mas essa é a vida. Você terá que ler esta carta até o final do mesmo jeito. 

Para quem queria enviar apenas um cartão de felicitações estou até que escrevendo demais. Mas não disse metade do que realmente gostaria de lhe dizer, ao contrário, parece que estou lhe escrevendo um ultimato, algo para que você se sinta culpado de alguma coisa, por ter desaparecido. Não queria que esta carta se transformasse nisso, mas ando tão revoltada com você ultimamente que eu não estaria sendo eu se não escrevesse isso. Conscientemente eu queria que você se sentisse culpado, mesmo não tendo culpa nenhuma. Inconscientemente eu só queria que você estivesse aqui. Vou parar de demonstrar tanto desprezo nestas palavras sem sentindo, mas… Pela primeira vez eu sinto raiva de você. Raiva de ter lhe conhecido, de ter me apegado à você, de ter amado você...  Chega disso, desse drama todo. Apenas saiba de uma coisa: Eu não vou te esquecer, mesmo que você me esqueça em algum momento. Sempre lhe disse que seria para sempre. Eu e você. Sei que “para sempre” é uma palavra muito intensa, que talvez não tenha tanto significado, mas o que posso fazer se gosto tanto de me arriscar nestes sentimentos malditos? Estou sendo dramática novamente não é mesmo? 

Eu te amo. 

terça-feira, 17 de julho de 2012

É pra sempre, sempre foi e sempre será


Sentada no chão de minha sala, reviro meu armário a procura de um objeto, não muito grande, nem muito pequeno. Mas que se perdeu nesta imensa escuridão em meio a bagunça. Comecei a ficar desesperada, não podia acreditar que havia perdido a única coisa que me ligava ao meu passado, ao nosso passado […] Ali, bem ali no fundo. No canto direito do armário, embaixo de uma caixa de sapatos velha, estava aquela caixinha de mármore que me destes logo depois de partir. Há tempos não mexia nela, estava toda empoeirada e já demonstrava estar bem velha. Porém suas cartas continuavam intactas dentro dela, as folhas estavam um pouco amareladas confesso, mas não alterava no conteúdo da carta […]

Dezessete de Novembro de mil novecentos e oitenta e seis. 
[…] Esta casa sem dúvidas é linda. É um tipo de casa que eu sonho para o nosso futuro, três quartos, cozinha, sala de estar e sala de jantar, a mobília é um pouco antiga do jeito que nós gostávamos. Mas sinto-me um tanto quanto sozinho dentre essas paredes, sem sua risada ao amanhecer ou seus cabelos se esfregando em meu rosto enquanto dormimos. Desde quando me mudei não converso com meus pais, apenas um bom dia, boa tarde e boa noite. Não consigo perdoá-los por ter me separado de minha alma gêmea. Por ter me separado de você […]

Vinte e um de Dezembro de mil novecentos e oitenta e seis. 
Não consegui me levantar da cama hoje devido ao frio. Me lembrei de você, sei como gostas do frio, de bater queixo, de se enrolar na coberta… Eu, por outro lado, prefiro o Sol brilhando. Mas é como dizem minha princesa, os opostos se atraem, mas nunca me falaram da parte que eles se separam. Se soubestes a falta que me faz. Ah meu amor se soubestes […]

Doze de Janeiro de mil novecentos e oitenta e sete. 
Hoje foi a primeira vez, em mais ou menos três meses, que falo com meus pais. Não foi uma conversa amigável confesso, mas já é alguma coisa não é mesmo? Minha vida começou a caminhar este ano, só queria que você estive caminhando junto comigo. Fiz um amigo pela redondeza e adivinhas? Ele também tem um amor impossível assim como o nosso. Faz-me falta, cada segundo, cada minuto do dia […]

Causa-me um aperto no peito ler estas tuas palavras. Ainda não descobri um amor tão puro e verdadeiro como o nosso. Lembro-me de nossas promessas, de quando sentávamos na beira do lago apenas para observar o pôr-do-sol… É incrível como tudo se perde em um piscar de olhos não é mesmo? Em meio a tantas cartas encontro a última que me mandaste, cada palavra esta marcada em meu coração, em minha mente […]

Vinte e quatro de Setembro de mil novecentos e noventa e três.
Meu amor, antes de mais nada quero que saiba que nem por um momento deixei de pensar em você. Mas sei que não temos um futuro juntos. Estou lhe mandando esta carta para liberar-te de suas amarras junto a mim. Quero que sigas tua vida assim como estou seguindo a minha. Não, eu não encontrei uma outra pessoa, cá entre nós que jamais encontraria alguém como você, mas precisamos seguir em frente. Só não se esqueça que eu te amei e que daria o mundo para ver uma última vez o teu sorriso […] 

Parei de ler a carta pois, assim como todos que começassem a leitura, saberia como esta carta acabaria. Lembro-me exatamente do dia que a recebi, não chorei, não fiquei brava, muito menos pensei que ele havia me enganada por tanto tempo. Ao contrário, fiquei feliz porque ele me concedera liberdade. Tanto eu quanto ele sabíamos o quanto um significava para o outro, sabíamos de como o nosso amor havia sido sincero, ainda é. Já se passaram oito anos desde o meu último contato com ele e não teve um dia, nesses oito anos, que eu não tenha pensado nele…